29 outubro 2013

Isto não é um desabafo. É uma conversa com a minha mente e contigo do porquê de gostar cada vez mais de uma citação:

Eu gosto muito de ler - o complexo livro de minhentas páginas, ou a simples notícia de futebol. Adoro ouvir - o som articuladíssimo de uma música intemporal, ou a simpática voz de uma pessoa desconhecida na rua. Amo ver – o filme em que o mais desalmado olhar lacrimeja, ou as sonoras cores que o céu produz num dia de primavera. Vivo para acreditar – naquilo que a imaginação consegue conjugar entre a ficção e o real, ou a semântica que as palavras do dia-a-dia podem ter em nós.
Não me é nada estranho ler, ouvir, ver, viver histórias de desapego pela sociedade em que vivemos – crise e desemprego, sonhos desfeitos, solidão social, emigração forçada, amizades interrompidas, amores distanciados, vidas indefinidas…
É fácil perceber que o cinzento está a transformar-se num negro vincadamente árido, desnudado e frio.
Mas não o temo. Começa a nascer em mim um novo acreditar.
Se li, se ouvi, se vi, se vivi… Então criei ideias, pensamentos, opiniões, decisões, atitudes, valores, realidades. Quero aplica-las. Não me conformo mais com o menos, o razoável, o mediano, o consenso do intermédio.
Quero mais! Quero o sonho! Quero aquilo que desejo!
E cada vez mais me surpreendo! Pois não acredito nem quero a felicidade do dinheiro, carros, casas, carreiras… Sei que são mecanismos artificiais para sobreviver, até um acordar para realmente viver, que se fará num piscar de olhos, que pode ser amanhã, ou no último dia da nossa existência… Mas far-se-á. Porque um dia teremos que realmente viver!
E cada vez acredito mais que nós, crianças irresponsáveis que atrevemo-nos a sonhar para lá da idade dos sonhos, que temos 20 ou 88 anos, e que todo um conjunto de factores decidiu nos colocar neste país, neste momento, nesta decisão, não queremos que nenhuma outra geração alguma vez venha a questionar se querer mais, querer o sonho, querer aquilo que se deseja, é verdadeiramente possível aqui, em casa!
E esse acreditar cresce! E cresce em mim! E cresce em ti! E cresce na sociedade!
Nós estamos a travar a nossa própria guerra civil. E é a guerra da cor.
Se nos deixamos derrotar, o cinzento será mesmo negro, e os sorrisos nunca mais se vislumbrarão.
Se lutarmos, cada um da maneira mais pura que sabe, ora com um grito de protesto, um slogan de indignação, um “não” audível, uma desconstrução de uma ideia pré-concebida na sua moral, uma simples aceitação da diferença por respeito, uma crença na esperança em não baixar os braços, uma sugestão criativa e inovadora… Uma simples palavra de alento dita apenas como desabafo… Talvez o cinzento se misture. E venha o verde, o vermelho, o azul, o amarelo…
E as cores retornem para nunca mais nos abandonar!
E a pintura criada seja a perpetuação de um sentimento de união!
E a ficção consiga conjugar-se com a realidade!
E as palavras se transformem em acções das quais nos iremos orgulhar!
Pelo passado, pelo presente e pelo futuro de quem ainda ousa sonhar!
E ele, Madiba, que um dia disse "Às vezes cabe a uma geração a obrigatoriedade de ser genial... Vocês podem ser essa geração!” se orgulhe de nós!

Então. E quê? Sejamo-la! Por ele! Por nós! Pela cor que queremos dar aos nossos sonhos!

Sem comentários: