24 janeiro 2005

Há alturas para colocar a máscara,
Para viver na imaginação,
Para comprar sentimentos
Povoados de entulho
E perceber a ilusão.

Há alturas para fumar um cigarro,
Para perder a virtude,
Para disparar uma frase
Sem sentido oculto
E nada que perdure.

Há alturas para ler um livro,
Para saber esquecer,
Para conhecer alguém,
Fixar o olhar
E deixar-se perder.

Há alturas para mergulhar no mar,
Para tentar respirar,
Para cantar um sonho
Ao colo do vento
E tentar voar.

Há alturas para ver o mundo a passar,
Para sentir a solidão,
Para dialogar no escuro,
Ouvir um suspiro
E acordar uma multidão.

Ela passa abraçada a um relâmpago
Ela traz o melhor e o pior
Ela faz-se desejar
Ela atinge o auge,
Na altura em que se faz perder.

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