29 maio 2010

Eu diletante me confesso...

Como muitos antes de mim, como muitos depois de mim.

Hoje seria um dia com mensagem, com união, com sentido de Estado, com os valores que defendo. Mas, hoje não foi esse dia para mim.

Em Lisboa milhares de pessoas entoam alto e bom som "chega disto".

Em Barcelos eu me escondi da "luta" neste texto.

Sou um miúdo mimado com as ideias num sítio, e com o prazer noutro.

Sonho com os dias da armadura, escudo e espada, da foice e do martelo, de sentar-me num autocarro sem permissão, de rejeitar comida numa prova de união, da revolta e da redenção.

Vejo-me e revejo-me nesses sonhos, mas... mas... não consigo materializá-los.

Troco a ida à "luta" por mais umas horas de preguiça na cama. Sozinho ainda por cima!

Porquê? Porque nunca me faltou verdadeiramente nada. Tenho casa, comida, carinho e amor.

É certo que passei por privações, mas nunca impostas pela sociedade, sempre auto-impostas pela minha ideia de coerência incoerente de viver, ou pelo ciclo normal da vida.

Hoje me penitencio. Hoje assumo que a minha preguiça física é superior à minha ideologia pessoal.

Hoje torno-me num homem melhor, porque assumo o que sou e vivo comigo próprio... coerentemente incoerente.

Sim, olhem para o que eu digo nunca olhem para o que eu faço, nos pequenos pormenores...

Mas, Ai, Ai, Ai! Nos grandes. Os que definem uma pessoa... aí olhem para mim, porque sou Magno Alexandre Neiva e pessoalmente nunca vos irei iludir. Porque sou Magno Alexandre Neiva e trago comigo a carrada de valores de merda ou de excelência que vivem dentro de mim!

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