14 junho 2010

As Presidenciais… Parte II

2. Fernando Nobre

 

Parece que estamos perante candidatos a PR com nomes totalmente dispares da realidade que eles representam, pois se o Alegre passa por triste, Nobre passa por patego.

É interessante observar Fernando Nobre a dizer constantemente que é o candidato apartidário, o candidato da maioria silenciosa que não se revê nos diferentes partidos. Ele é exactamente o representante da maioria dos militantes partidários que não se revêem nos candidatos dos seus próprios partidos.

É um facto. Ele não representa o povo descontente – representa a elite partidária descontente. E julgar-se o contrário é um acto de cobardia intelectual.

Porquê?

Porque foi lançado rapidamente como o candidato imposto por Soares para neutralizar Alegre, facto que nunca desmentiu categoricamente, mas alegando  sempre que Mário Soares é um grande amigo que o apoia sempre nas decisões importantes. Já percebemos – tem amigos que o gostam de mandar para o meio da selva sem gps mas com sinais de fumo (e não fogo, lembrem-se do mediatismo que rodeou o seu anúncio… pois é). É o que acontece a um cordeiro com grande ego quando brinca com lobos de grande experiência. Mais um ponto para o estratega maquiavélico Soares, menos um para o homem Mário.

Porque a sua estratégia politica passará sempre por ser o outsider que sonhou com o apoio do PS e só receberá o apoio do PSCD (PS de Centro Direita), catalogando-se para sempre como o candidato anti-Alegre e qualquer resultado positivo nunca será por mérito próprio, mas sempre por demérito do outro… Conscientemente, para mim era lixado viver assim. Ele lá saberá viver com isso.

Porque hoje é um homem que colocou toda a reputação adquirida ao longo de uma carreira louvável por algo mais, por conselhos errados, por soberba pessoal, por querer brincar à política num país onde a política mais se aproxima de Júlio César do que de Aristóteles.

 

Homens de Estado procuram-se! Mas homens de Estado que assumam as suas posições e convicções pessoais à frente dos interesses profissionais e partidários. Num Estadista, ser incomodamente verdadeiro é muito mais importante do que ser irresponsavelmente consensual.

 

 

Falta o não-político Cavaco Silva… ai, ai, ai. 

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