18 junho 2010

Honra lhe seja feita!

Só uma coisa a dizer sobre este dia: Saramago não morreu.

Podemos especular muito se ele pensaria o mesmo que eu sobre a sua morte. Certamente não.

Mas os homens não devem ser reduzidos à simples presença física na terra.

Os homens devem ser reduzidos sim, aos trabalhos, aos valores, aos ensinamentos, aos sentimentos, à liberdade... à obra que deixam para a eternidade.

Muitos, altruistamente, abdicam de uma obra intemporal pelas pessoas que amam e ficam imortalizados no coração dessas pessoas.

Outros egoisticamente, lutam pela conquista do seu pensamento próprio, pela sua visão do mundo, pela magia do seu intelecto. É essa a obra que Saramago nos deixa.

Filhos e filhos de papel, para adorarmos, odiarmos, mas acima de tudo, conhecermos.

Esses filhos de papel estão aqui, vivos para contarem a sua história. Esses filhos de papel são eternos.

E no seu egoísmo, o homem Saramago foi tão altruísta que criou os seus filhos para serem vistos pelo mundo.

Isso é morrer? Para mim parece ser viver.

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