08 novembro 2010

Coerência?

Dois momentos marcaram este fim-de-semana. Os dois com um ponto em comum: Falta de coerência (ou coragem, como queiram).

  1. A vinda do alto representante da China a Portugal, juntou à mesma mesa todos os partidos de direita (e centro-direita – PS) e o PCP, para além do PR. Todos receberam Jintao com a maior das cordialidades e puxaram a conversa sempre para a ajuda da China a Portugal. O PCP (bem ou mal, para mim mal) sempre reconheceu a China como um país em expansão e com o qual Portugal poderia manter relações, mas os outros sempre que o PCP proferia tais palavras na AR acusavam-no sempre de defender uma ditadura. Como ficámos? Eles vêem em visita e os valores defendidos na AR são esquecidos para se deitarem com eles durante um faustoso jantar, ou mantêm-se o que se disse (só para atacar qualquer medida apresentada pelo PCP) e recusam-se a sentar à mesma mesa com os chineses (ao menos o BE teve essa coerência)? Era bom que isso fosse recordado pelo PCP em pleno jantar e espero que o tenha feito.
  2. A ida ao Estádio do Dragão deu como prenda uma goleada ao Benfica. Durante dias a fio LFV disse que se houvessem “bolas de golfe” a equipa não iria jogar. Levaram com uma bola no vidro, o Roberto levou com uma bola nas costas e uma galinha na baliza (desta vez real) e o Benfica continuou a jogar. Se não comparecessem o resultado seria 3-0 e depois as sanções a aplicar teriam que se basear em todos os factos que levaram à não comparência (incluindo a segurança). Como ficámos? Era só para aparecer na TV e vender jornais, ou faltou verdadeiramente coragem?

É preciso líderes inteligentes, de coragem, que mantenham as palavras de ontem hoje e que tenham os seus valores, ideias e ideais no “sítio” ou este país manter-se-á um país sem credibilidade, pois o capital humano que o lidera é esperto, interesseiro, cobarde, hipócrita.

Homens de Estado procuram-se. Homens de Estado precisam-se.

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