13 março 2010

http://www.publico.clix.pt/20Anos/umconto/

Como existe limite de caracteres e como querem que uma pessoa siga o enredo tal como apresentado decidi não participar, mas o conto que contaria seria este (até dava mote para algo maior e melhor…):

 

O CAFÉ

Honra, orgulho, força, intensidade. São estes os pressupostos dos lutadores de sumo para a vitória. Eram estes os pressupostos desta aventura que transpirava no ar. Xi e Yi exibiam um olhar desafiante de conquista separados pela mesa do café com restos de um pequeno-almoço tomado à pressa. A tensão era grande para o início do titânico confronto que se antevia.

Tinham-se conhecido duas horas antes numa festa que marcava o fim do Verão. A irreverência de Xi por aparecer todo de negro onde a indumentária era o branco, atraíra o confuso coração de Yi, que fielmente usava um decotado e curvilíneo vestido branco.

Xi parecia a tempestade, Yi parecia a bonança. Cedo os olhares cruzaram-se. Cedo o álcool desinibiu-os. Cedo a noite tornou-se dia. Cedo o convite para algo mais surgiu sobre o pretexto de uma fome.

Como anunciante deste combate, chega a empregada com a conta. Nem ela mesmo prognosticava o desfecho deste confronto. Ao entregar o recibo não sabia se teria pena do vencido ou do vencedor. Se Xi parecia ser o Yokozuna dominante com mais uma conquista na noite, Yi exibia uma beleza tão ofuscante que talvez, talvez, desarmasse Xi com ternura e o fizesse exibir todas as suas fragilidades. Entregou o recibo, recebeu uma gorjeta e afastou-se para mesas mais pacíficas onde a sua simples compreensão do mundo ditava resultados mais fáceis.

O gong foi dado.

- E agora? Acompanho-te até casa, recebo um beijo e dás-me o teu número? Pergunta Xi cheio de confiança numa resposta afirmativa.

- Agora? Agora vamos para tua casa e depois acabou. Desconcertantemente responde Yi para gáudio de Xi.

Os minutos de viagem são complexos e perturbantes. Ninguém sabe o que se passa naquele espaço temporal entre o gong e o primeiro contacto. Os olhares confiantes transformam-se em acobardados olhares comprometidos. Os dois lutadores parecem perder-se na atribulada arena citadina que começa o seu ciclo de vida diário, e os dois perguntam-se constantemente se conseguem levar o impetuoso desejo até ao próximo nível e lutar na ambição de mais uma vitória gloriosa da personalidade.

Nenhum faz qualquer pergunta.

Nenhum deseja ceder à ruína que as palavras erradas trarão.

A porta é aberta. Eles entram e o combate inicia.

A paixão de cada lutador é demonstrada ferozmente com contactos intensos cheios de algo mais que paixão. Algo mais os move que o desejo de uma noite. Algo mais existe que somente um combate.

A porta fecha-se.

Lá dentro acontece o combate que iniciará uma guerra.

Dois lutadores de sumo. Treinaram para este momento a noite toda. Os rostos devastadamente destruídos. Imóveis, os dois corpos numa cama. A acção acabou.

Nenhum consegue olhar para o outro e sentir-se bem.

Nenhum venceu, ambos perderam.

Yi tinha percebido que esta noite arruinará a hipótese de ser feliz com o homem que deixara em casa para sair com as amigas. O homem que ela verdadeiramente ama. O homem para quem ela não mais conseguirá olhar. Como percebeu? Da forma mais simples. Depois do sexo, com o resfriar do momento, conforme o sono invadia o quarto, a mão que abandonava lentamente o seu corpo, não era a ternurenta mão que ela conhecia e gostava. Era uma mão estranha sem qualquer afinidade, com um único poder. O de a fazer perceber que o abraço que ela tanto amava seria para sempre perseguido por este momento de culpa com o qual ela já não mais poderia viver.

Xi tinha percebido que esta noite destruira o seu futuro como ser impávido e sereno perante sentimentos. Aquele anjo que virava-lhe as costas sempre que ele suspirava, tão frágil e belo, tinha conquistado o seu coração por capricho e nada queria com ele. Ele era um objecto mais dispensável que a cama onde ambos se arrependiam.

A guerra começava.

10 março 2010

Pyn

Todos os sentimentos que perduram em nós são supérfluos?

Se fossem minimamente reais , porque é que as lágrimas não passam para o papel?

Quando tudo que sinto por ti são emoções que não apago do coração.

Porque é que tu, ser inanimado, tanto representas para mim?

 

Seres o meu maior amor nestes sete anos significou algo para as tuas paredes?

Tudo que eu queria era simplesmente ser um teu adulador.

Fiel representante dos teus valores.

Amizade, Pureza , Verdade, Carinho...Família.

 

E é este o momento em que me despeço de ti .

E é este o momento em que conto aquilo que me que ensinaste.

E por incrível que pareça,

Os teus ensinamentos serão transmitidos.

Momentos que já ninguém se lembra,

Na pujança das nossas simples aventuras do dia a dia!

Recordados serão, e com amor!

Porque juntos passamos por muitos pontos marcantes e nunca perdemos o rumo.

Eu, mais um aprendiz com inexperiência.

T u, a eterna memória dos tempos que passaram....

Porque eu e tu somos um só.

E foi este o caminho para a nossa felicidade.

 

Mas a vida me encaminhará para sucessos longe de ti.

Podemos contar uma carrada de histórias separados,

Mas as nossas nuances nunca mais vão partilhar esta sincronia.

Mas a vida nunca esquecerá a pureza que virá dos teus ensinamentos...

 

Nunca ser mais do que aquele que nada sabe.

Nunca ser menos do que aquele que é omnipresente.

E , Simplesmente ser Pyn-Güyn.

06 março 2010

A Vaca!

 

Personagem que habita todas as histórias de adormecer.

É alguém que por ai anda à procura de pousio.

Tudo que encontra é um lubrificante temporário.

Daqueles que abastece a Agros no desentorpecer.

 

Rabo e maminhas de enlouquecer.

Mentalidade prostitucional de vazio.

Vazio intelectual de esporra retardada.

Que nos faz sorrir e gozar com o seu viver.

 

É isto uma vaca!

Infelizmente, conheci uma.

Felizmente desfaço-me de uma.

Futuramente não quero conhecer mais nenhuma!