27 outubro 2010

Secret Story – O Orçamento dos Segredos

 

Quem ganha, quem perde, quem é nomeado para vencer, quem é nomeado para perder. No meio de tanta intriga alguém vai arder, mas quem? Nem eu sei.

Visão PS –

Se o orçamento for chumbado, entrará em cena o moralismo político e a máquina propagandista do PS em funcionamento (lembremos que a RTP, o DN, as Antenas ainda passam em muitos lares, casas e cafés).

A entrada do FMI poderá ser um atestado de incompetência ao PS, mas poderá também muito bem ser a melhor forma de o PS se desvincular de certos interesses paralelos no mundo da política – economia, sem ter que dar a cara directamente.

Para além disso, a destruição do Estado Social que o FMI trará a curto prazo, permitirá revitalizar o PS na prossecução para a restauração de alguns desses valores perdidos a longo prazo, pois o povo esquece sempre quem lhe tirou mas lembra-se de quem lhe poderá dar no futuro.

Independentemente disso, Sócrates poderá lavar as mãos perante os seus parceiros europeus – PPCoelho ainda anteontem disse que se deveria rever em alta o défice após acordo com a UE! – dizendo que tudo foi feito para as regras comunitárias fossem levadas em conta pelo PS na negociação com o PSD e foi a intransigência deste último que destruiu o acordo, firmando-se como grande estadista europeu.

Pode ficar, pode sair, mas independentemente disso, Sócrates não perde.

Se o orçamento for aprovado via abstenção, quererá dizer que directa ou indirectamente o PSD vinculou-se ao Orçamento. O PS chamará sempre atenção a esse facto, e posteriormente, quando chegar a altura para o ataque às políticas sociais dará ao PSD aquilo que este tanto deseja – o fim do Estado Social – e fará questão de dizer que só o faz porque é obrigado a tal pela parte do PSD sob pena de entrada do FMI.

Politicamente ainda vencerá em várias frentes: manteve-se fiel ao Orçamento, demonstrou união dentro do partido, assumiu desigualdades sociais, protegeu os seus boys e tornou-se num garante da soberania nacional – estão a ver os slogans “Lutámos até ao fim pela Soberania de Portugal”.

Visão PSD –

Se o orçamento for chumbado, o PSD pedirá eleições antecipadas, chamará a si a responsabilidade de liderar o país lado a lado com o FMI e terá uma margem de manobra temporal imensa para dizer que tudo foi provocado pelo PS e que o Estado Social está podre e os cortes impostos pelo FMI fogem da sua competência governativa. Evidentemente, que só chamará a si essa responsabilidade de liderar o país após a queda do PS, ficando o país a salivar pela “Junta de Salvação PSD”. Serão boys a correr de lado para lado, analistas em cuecas, estadistas a chorar por Passos Coelho. Será o fim de mundo em cuecas para o regresso do PSD logo numa altura em que não terá responsabilidades económicas e não pode mandatar boys, ou seja, o núcleo duro estará salvaguardado, o poder estará com eles, as medidas de austeridade serão as suas mas sem a sua chancela. Mas esta é a única hipótese do PSD sair a vencer, que não se esqueça disso.

Se o orçamento for aprovado, é porque no Conselho de Estado de sexta-feira os barões do PSD preparam-se para fazer a folha a Pedro Passos Coelho (excelente o papel desempenhado por Catroga, caso tenha sido alertado para tal). O orçamento ser aprovado via “mega-limiano abstencionista” dos barões laranja na AR (sempre disse que aquele grupo parlamentar foi feito à medida para MFL e que quando fosse preciso o tapete seria tirado) é uma jogada audaz que transforma Pedro Passos Coelho como uma marioneta com “fome de estrelato” que se espatifa logo ao primeiro “round” (o padrinho dele avisara dias antes que a estratégia era a errada). O grupo de barões ao intervir como “Junta de Salvação Nacional Social-Democrata” antecipando-se ao líder é uma jogada lindíssima muito usada no basebol com o termo “strike out”, e o cabeça de cartaz dessa obra-prima será o garante do poder Social-Democrata, pasmem-se, o futuro Bi-Presidente Aníbal Cavaco Silva.

A única hipótese de Pedro Passos Coelho é simples, abster-se, dar liberdade de voto e ver quem está com ele e quem não está. Hoje poderá fazer isso, mas se hesitar e hoje mantiver um “tabu” então entrará em modo chequ-mate de culpa pela instabilidade que criou (afinal de contas foi ele que chamou a si essa jogada arriscada e errática).

Visão de quem vai levar com o Orçamento Recessivo e depois com o FMI, ou logo com o FMI –

Esta é a qualidade dos políticos, dos partidos e da Democracia portuguesa – o estado do país passou para segundo plano desde que os cargos de nomeação começaram a abundar para uma clientela específica e agora muito dificilmente isso mudará. Infelizmente, com estes jogos, ou Sócrates, ou Cavaco, ou Manuela, ou Passos, um destes será considerado um grande estadista dentro em breve pelos “grandes” analistas que temos, independentemente da medidas francamente negativas que serão tomadas e que em nada ajudarão Portugal a sair deste buraco. Haviam outras opções? Haviam.

Ou o FMI tinha entrado aqui na altura em que podia e devia.

Ou tínhamos deixado cair o BPN (fundo de pensões do PSD) e ainda aguentávamos uns anos antes de medidas drásticas e, quiçá, ainda íamos a tempo de mudar algumas coisas.

Ou tínhamos negociado atempadamente com a UE e dizíamos que o défice seria reduzido a seu tempo e não com metas pré-programadas (não nos iria acontecer nada porque a EU na altura estava frágil, e se nos impuséssemos ela iria ceder sob pena do Euro ser colocado em causa).

Ou criávamos um Orçamento que “matava” a clientela política e dávamos mostras de investir naquilo que realmente interessa – Saúde, Educação e Justiça.

Ou nunca nos tínhamos curvado perante esta politica iniciada logo após o PREC.

Ou… Ou… Ou… Os “ínhamos” são “se´s” e o passado já não volta para corrigirmos o que foi feito de errado. Só nos resta esperar pacientemente pela mudança de mentalidade e pelo fim desta “besteira” a que chamam Democracia Portuguesa”, pois esta não é a Democracia de Abril, mas a Democracia dos Partidos que desgovernam Portugal.

Quem disse que o povo era “fino e não esquece” estava errado. Quem disse que o povo era “sereno” errou. O POVO É SERENO DEMAIS PARA A CANALHADA QUE NOS ANDAM A FAZER. Mas se Cavaco for reeleito já sabemos o porquê: É o saudosismo Salazarista que nós temos e que nos impede de progredir.

P.S.: No meio disto tudo começo agora a pensar que Sócrates está a tornar-se num estratega político genial na salvaguarda dos seus interesses e dos interesses da sua cartilha, sabendo exactamente com que políticos está a lidar (a nível nacional e europeu) e com que povo tem pela frente. Os meus parabéns, caso aconteça o que eu prevejo, a Sócrates e a Cavaco (sim, pois ele vai sair imaculado de todo este processo sem sequer abrir a boca) por serem os “garantes da soberania dos partido que lideram” (não do país que representam, atenção).

Homens de Estado procuram-se. Homens de Estado precisam-se.

Já agora, para quem se pergunta qual o meu sentido/sentimento em relação a isto, apenas digo – Esta é a utopia que quero para o meu Portugal (já foi escrita mas nunca foi concretizada por culpa dos partidos políticos):

“Programa do I Governo Provisório de Portugal

«A vitória alcançada pelo Movimento das Forças Armadas Portuguesas, destituindo o regime que não soube identificar-se com a vontade do Povo, à qual impediu todas as vias democráticas de expressão, permite definir os princípios básicos que esperamos contribuam de modo decisivo para a resolução da grande crise nacional. Em execução desses princípios, compete ao Governo Provisório:

Lançar os fundamentos de uma nova política económica, posta ao serviço do povo português, em particular das camadas da população até agora mais desfavorecidas;

Adoptar uma nova política social que, em todos os domínios, tenha como objectivo a defesa dos interesses das classes trabalhadoras e o aumento progressivo, mas acelerado, da qualidade de vida de todos os portugueses;

Promover um inquérito a todos os abusos de poder, atentados contra os direitos dos cidadãos ou práticas de corrupção, acerca dos quais sejam apresentadas queixas ou dos quais haja notícia, publicando-se as suas conclusões e entregando-se aos tribunais comuns o julgamento das culpas que vierem a ser apuradas;

Manter, em matéria de política externa, activa adesão aos princípios da independência e igualdade entre os Estados e de não ingerência nos seus assuntos internos, defendendo a paz, alargando e diversificando relações internacionais e respeitando os compromissos decorrentes dos tratados em vigor;

Reconhecer o carácter essencialmente político da solução das guerras no ultramar, lançando uma nova política que conduza à paz, garanta a convivência pacífica e permanente de todos os residentes, e criando condições para um debate franco e aberto com vista à definição do futuro do ultramar.

O carácter transitório do Governo Provisório determina que não poderá proceder a grandes reformas de fundo, nem a alterações que afectem o foro íntimo da consciência dos Portugueses, em particular das suas convicções morais e religiosas.

Os governantes devem ser exemplo transparente de isenção, impondo uma ampla receptividade ao tratamento, pelos órgãos de informação, dos problemas da vida pública portuguesa, pressupondo que o farão de modo responsável e construtivo, reintegrados que estão na sua dignidade de instrumentos autênticos de uma opinião pública democrática. Em respeito a essa transparência perante o País, que vive na esperança, o Governo Provisório não poderá consentir manobras que visem impor-lhe uma tutela extremista de qualquer tipo ou comprometer a genuinidade das decisões que, no quadro democrático, ao Povo pertencem.

Em obediência aos princípios do Programa do Movimento das Forças Armadas, o Governo Provisório actuará dentro das grandes linhas de orientação que a seguir se definem, e cujos fundamentos deverá solidamente alicerçar.

1. Organização do Estado:

a) Publicação urgente de nova lei eleitoral;

b) Publicação da lei das associações políticas; sua regulamentação;

c) Reforma do sistema judicial, conducente à independência e dignificação do seu poder; extinção de tribunais especiais; reforma do processo penal e demais direito processual; e ainda revisão da legislação relativa à polícia judiciária e ao habeas corpus;

d) Estruturação da Administração Central, de forma a corresponder aos objectivos das novas instituições políticas;

e) Revisão das relações políticas, administrativas e económicas entre o Portugal europeu e o ultramar;

f) Definição da competência dos governadores ultramarinos, dos governadores civis e dos governadores dos distritos autónomos;

g) Extinção progressiva do sistema corporativo e sua substituição por um aparelho administrativo adaptado às novas realidades políticas, económicas e sociais;

h) Revogação do Estatuto do Trabalho Nacional; regulamentação em ordem a garantir a liberdade sindical dos trabalhadores e do patronato; estabelecimento de novos mecanismos de conciliação nos conflitos do trabalho;

i) Fortalecimento das autarquias locais, com vista à participação activa dos cidadãos na esfera política dos respectivos órgãos;

j) Rápida reforma das instituições administrativas.

2. Liberdades cívicas: a) Garantia e regulamentação do exercício das liberdades cívicas, nomeadamente das definidas em Declarações Universais de Direitos do Homem;

b) Promulgação de medidas preparatórias de carácter económico, social e cultural que garantam o exercício efectivo da liberdade política dos cidadãos;

c) Publicação de uma nova lei de imprensa, rádio, televisão e cinema;

d) Garantia da independência e pluralismo dos meios de informação, com salvaguarda do carácter nacional da Radiotelevisão Portuguesa e da Emissora Nacional; montagem de esquemas antimonopolistas em matéria de informação;

e) Definição de medidas que assegurem a seriedade das sondagens à opinião pública.

3. Segurança de pessoas e bens: a) Defesa permanente da ordem pública;

b) Definição de normas para a garantia da liberdade e segurança em manifestações na via pública e estabelecimento de medidas de salvaguarda do património público e privado;

c) Activação dos meios preventivos dos crimes em geral e, em particular, da corrupção, dos delitos antieconómicos e de todas as formas de atentado contra pessoas e bens.

4. Política económica e financeira: a) Combate à inflação, através de medidas de carácter global;

b) Revisão da orgânica e dos métodos de administração económica, de modo a dotá-los de eficiência e celeridade de decisão;

c) Eliminação dos proteccionismos, condicionalismos e favoritismos que restrinjam a igualdade de oportunidades e afectem o desenvolvimento económico do País;

d) Criação de estímulos à poupança e ao investimento privado - interno e externo -, com salvaguarda do interesse nacional;

e) Adopção de novas providências de intervenção do Estado nos sectores básicos da vida económica, designadamente junto de actividades de interesse nacional, sem menosprezo dos legítimos interesses da iniciativa privada;

f) Intensificação do investimento público, designadamente no domínio dos equipamentos colectivos de natureza económica, social e educativa;

g) Gestão eficiente e coordenada das participações do Estado, orientada para a defesa efectiva do interesse público;

h) Prossecução de uma política de ordenamento do território e de descentralização regional em ordem à correcção das desigualdades existentes;

i) Liberalização - em conformidade com os interesses do País - das relações económicas internacionais, no domínio das trocas comerciais e dos movimentos de capitais;

j) Apoio e fomento de sociedades cooperativas. Revisão dos circuitos de comercialização, de molde a libertá-los de intervenções e encargos não justificados;

l) Revisão imediata do IV Plano de Fomento, no quadro de uma estrutura participativa, transformando-o num instrumento efectivo de promoção social e desenvolvimento. Revisão da orgânica dos planos de fomento;

m) Reforma do sistema tributário, tendente à sua racionalização e à atenuação da carga fiscal sobre as classes desfavorecidas, com vista a uma equitativa distribuição do rendimento;

n) Adopção de medidas excepcionais destinadas a combater a especulação e a fraude fiscal;

o) Reforma do sistema de crédito e da estrutura bancária, visando, em especial, as exigências do desenvolvimento económico acelerado;

p) Nacionalização dos bancos emissores;

q) Dinamização da agricultura e reforma gradual da estrutura agrária;

r) Auxílio às pequenas e médias empresas;

s) Protecção das participações minoritárias no capital das sociedades;

t) Reorganização dos serviços de estatística, de modo a garantir a objectividade da informação e a permitir a intervenção oportuna na gestão da economia.

5. Política social: a) Criação de um salário mínimo, generalizando-o progressivamente aos vários sectores do mundo do trabalho;

b) Instituição de sistemas que assegurem o poder de compra das classes desfavorecidas, independentemente das contingências acidentais da prestação de trabalho;

c) Dignificação da função pública, com garantia da sua independência política, e regulamentação do direito de associação do funcionalismo; revisão imediata do sistema de remunerações;

d) Adopção de novas providências de protecção na invalidez, na incapacidade e na velhice, em especial aos órfãos, diminuídos e mutilados de guerra;

e) Definição de uma política de protecção da maternidade e da primeira infância;

f) Aperfeiçoamento dos esquemas de seguro contra acidentes de trabalho e doenças profissionais;

g) Lançamento das bases para a criação de um serviço nacional de saúde ao qual tenham acesso todos os cidadãos;

h) Substituição progressiva dos sistemas de previdência e assistência por um sistema integrado de segurança social;

i) Criação de novos esquemas de abono de família;

j) Medidas de protecção a todas as formas de trabalho feminino e rigorosa fiscalização do trabalho de menores;

l) Criação de esquemas unificados e polivalentes de formação profissional, com participação obrigatória do Estado e do sector privado;

m) Estabelecimento de regimes de participação dos trabalhadores na vida da empresa;

n) Adopção de medidas económicas e sociais destinadas a motivar o retorno dos emigrantes, e de protecção e enquadramento dos trabalhadores portugueses no estrangeiro;

o) Financiamento de equipamentos colectivos, com especial incidência no sector da habitação, conjugado com uma política de solos adequada, de modo a facultar às camadas populacionais de menores rendimentos alojamento condigno e em condições acessíveis;

p) Protecção à Natureza e valorização do meio ambiente.

6. Política externa: a) Respeito pelos princípios da independência e da igualdade entre os Estados e da não ingerência nos assuntos internos de outros países;

b) Respeito pelos tratados internacionais em vigor, nomeadamente o da Organização do Tratado do Atlântico Norte, bem como pelos compromissos assumidos de carácter comercial e financeiro; contribuição activa no sentido da manutenção da paz e segurança internacionais;

c) Intensificação das relações comerciais e políticas com os países da Comunidade Económica Europeia;

d) Reforço da Comunidade Luso-Brasileira em termos de eficiência prática;

e) Manutenção das ligações com o Reino Unido, o mais antigo aliado de Portugal;

f) Continuação das relações de boa vizinhança com a Espanha;

g) Reforço da solidariedade com os países latinos da Europa e da América;

h) Manutenção da tradicional amizade com os Estados Unidos da América do Norte;

i) Estabelecimento de relações diplomáticas e comerciais com todos os países do Mundo;

j) Renovação das históricas relações com os países árabes;

l) Revisão da política de informação no estrangeiro;

m) Apoio cultural e social dos núcleos portugueses espalhados pelo Mundo;

n) Definição de uma política realista para com os países do Terceiro Mundo;

o) Participação e colaboração activa com a ONU e, em geral, com os organismos de cooperação internacional.

7. Política ultramarina: a) Reconhecimento de que a solução das guerras no ultramar é essencialmente política, e não militar;

b) Instituição de um esquema destinado à consciencialização de todas as populações residentes nos respectivos territórios, para que, mediante um debate livre e franco, possam decidir o seu futuro no respeito pelo princípio da autodeterminação, sempre em ordem à salvaguarda de uma harmónica e permanente convivência entre os vários grupos étnicos, religiosos e culturais;

c) Manutenção das operações defensivas no ultramar destinadas a salvaguardar a vida e os haveres dos residentes de qualquer cor ou credo, enquanto se mostrar necessário;

d) Apoio a um acelerado desenvolvimento cultural, social e económico das populações e territórios ultramarinos, com vista à participação activa, social e política de todas as raças e etnias na responsabilidade da gestão pública e de outros aspectos da vida colectiva;

e) Exploração de todas as vias políticas que possam conduzir à paz efectiva e duradoura no ultramar.

8. Política educativa, cultural e de investigação: a) Mobilização de esforços para a erradicação do analfabetismo e promoção da cultura, nomeadamente nos meios rurais;

b) Desenvolvimento da reforma educativa, tendo em conta o papel da educação na criação de uma consciência nacional genuinamente democrática, e a necessidade da inserção da escola na problemática da sociedade portuguesa;

c) Criação de um sistema nacional de educação permanente;

d) Revisão do estatuto profissional dos professores de todos os graus de ensino e reforço dos meios ao serviço da sua melhor formação;

e) Ampliação dos esquemas de acção social escolar e de educação pré-escolar, envolvendo obrigatoriamente o sector privado, com vista a um mais acelerado processo de implantação do princípio da igualdade de oportunidades;

f) Criação de esquemas de participação de docentes, estudantes, famílias e outros sectores interessados na reforma educativa, visando, em especial, a liberdade de expressão e a eficiência do trabalho;

g) Definição de uma política nacional de investigação;

h) Fomento das actividades culturais e artísticas, designadamente da literatura, teatro, cinema, música e artes plásticas, e ainda dos meios de comunicação social, como veículos indispensáveis ao desenvolvimento da cultura do Povo;

i) Difusão da língua e cultura portuguesas no Mundo.”

21 outubro 2010

Lição

Para a ralé politica portuguesa, nomeadamente o Ministro das Finanças que hoje acusou a politica social de culpada para a actual crise: 

Uma Festa para atribuir uma medalha comemorativa=reformas para muitas pessoas.

Um carro=RSI para muitas pessoas.

Um emprego para um amigalhaço=Subsídio de desemprego para muitas pessoas.

Umas obras megalómanas para concessionar aos amigos=Melhores ordenados para muitas pessoas.

A única salvação que se tentou nesta crise foi a de um banco completamente inundado em esterco.

A classe politica portuguesa poderia ter feito mais e não fez.

Tal como Schindler admitam os erros e ponham-se no caralho, porque para mim são tão heróicos e patriotas como ele foi no regime nazi=criminoso de guerra/politica com consciência e humildade depois dos danos terem acontecido...

16 outubro 2010

Ainda sobre o IVA (espero que estejam a demorar mais tempo na apresentação para apagar o erro)!

Como é que podemos analisar este aumento como uma medida positiva e que trará maior receita e equidade social? Não podemos.

 

Se olharmos para os refrigerantes, realmente não faz sentido.

A nível da saúde pública é preferível que se beba água ou sumos naturais a refrigerantes, mas como os refrigerantes são mais baratos, então em crise beba-se refrigerantes.

A nível da produção também não haverá grande impacto, pois as maiores marcas de refrigerantes são multinacionais – Coca-cola, Pepsi e Lipton. Portanto, são marcas com poder económico suficiente para verem as suas margens de lucro serem mais reduzidas por forma a manterem ou até aumentarem (em concorrência com marcas nacionais de refrigerantes e sumos naturais e de polpa) mercado, mantendo preços competitivos. No entanto, as pequenas marcas portuguesas podem acabar, transformando um mercado competitivo interno num mercado monopolizado por marcas estrangeiras.

 

Se olharmos para os sumos naturais ou de polpa, realmente não faz sentido.

A água sabe pior, faz melhor, mas os sumos são bom complemento para uma dieta saudável.

As marcas mais vendidas em Portugal são portuguesas – Compal, Fresky, Pingo Doce(branca), Continente(branca). Podemos dizer que as multinacionais nunca se interessaram por este segmento pois é mais dispendioso, os lucros são menores e são produtos onde se gosta de variar, não havendo uma fidelização como acontece com a Coca-cola e a Pepsi. Assim, sendo estas marcas nacionais e sem grande fidelização a solução parece ser óbvia – o aumento do IVA terá que ser dividido entre o consumidor e a marca, fazendo aumentar bastante o preço deste bem.

O mesmo se passa com os enlatados – Sicasal, Nobre, Primor, marcas brancas das grandes superfícies. E nestes casos, não estamos a falar de beber algo com sabor! Estamos a falar que a antiga lata de salsichas de ave que dava para 2 pessoas, será a lata de salsichas de porco de dará para 3 pessoas.

E podia continuar e continuar.

 

Solução: Pior saúde. Menos mercado com marcas portuguesas, receitas residuais e o regresso aos anos 90 onde se ia comprar gasosa e enlatados espanhóis aos 300 (actuais chineses – agora também deixa de ser espanhóis e passa a ser chineses). E estas receitas residuais serão obtidas à custa daqueles que vão ao supermercado comprar estes produtos e comparam os preços porque consideram-nos bens essenciais para o cabaz das compras.

Serão estes, a nossa saúde e as empresas nacionais a pagar a crise.

 

Caminho aberto para as marcas espanholas competirem em Portugal dentro em breve nestas áreas. Para o ano já me estou a ver a comprar enlatados da El Pozo e sumos Pascual.

 

Por um outro prisma:

 

Não será aquele que vai ao supermercado comprar uma pizza congelada e uma Coca-cola para comer porque hoje não lhe apetece ir comer com os colegas da Assembleia – quem recebe salários acima dos 3000€ certamente nunca passou na secção dos enlatados – a pagar a crise.

Mas este, que foi comprar a pizza, passa na loja de telemóveis e vai poder verificar que o preço dos Blackberrys manteve-se apesar da crise, passa na loja de relógios e repara que os preços mantiveram-se apesar da crise e passa no stand e pisca o olho ao novo modelo automóvel com 2000 c.c. e repara que também este manteve o preço.

Não será este a pagar a crise. Mas foi, é e será este a criar a “crise”.

 

Já agora gostaria de saber se existe algum estudo sobre qual será a receita prevista com esta medida (em termos brutos é claro), e qual seria a receita prevista com o aumento do IVA em bens de luxo?

 

 

Homens de Estado procuram-se.

Homens de Estado precisam-se.

13 outubro 2010

Wikipédias Quotes – Passado e Futuro

D. Pedro reinou durante dez anos, conseguindo ser extremamente popular, ao ponto de dizerem as gentes «que taaes dez annos nunca ouve em Portugal como estes que reinara elRei Dom Pedro».

José Sócrates governou durante 2 mandatos, conseguindo ser extremamente impopular, ao ponto de dizerem as gentes «que tais maus anos nunca ouve em Portugal como estes que governara o Charlatão José Sócrates».

 

Homens de Estado precisam-se. Homens de Estado procuram-se.

11 outubro 2010

A diferença de duas décadas.

Zenha:

Quando em 1986 foi candidato à Presidência da República, entrega o cartão de militante afastando-se definitivamente do PS e selando a ruptura com Mário Soares, que o afastara de líder parlamentar em 1981 e lhe movera um processo disciplinar dentro do PS.

Salgado Zenha garante o apoio do PCP e do PRD e, com somente 20% dos votos, não passa à segunda volta.

Um homem que deixa saudades pela sua consciência socialista pura.

Alegre:

Em 2006 foi candidato independente às eleições presidenciais não conseguindo, no entanto, chegar à 2ª volta mas obtendo mais votos que Mário Soares, então candidato oficial do PS e firme opositor de Alegre.

Em 2010 anuncia a sua candidatura às eleições presidenciais de 2011, com o apoio do PS e do BE.

O “político burguês” que mais não é do que uma cópia da Geração de 70.

Soares:

Mais uma vez, contra factos não há argumentos.

Nunca foi um verdadeiro “fundador” do Partido Socialista, mas sempre foi o grande estratega do Partido Soares. Contra “o grande” Zenha. Contra “o diletante” Alegre. Sempre na luta contra quem diverge do seu totalitarismo egocêntrico baseado na mesquinhez política, com jogos de poder e dinheiro sujo pelo meio.

Se este é o Pai do PS queriam que os filhos fossem como?

Como o Sócrates, pois claro.

07 outubro 2010

Perdemos algo no caminho do progresso.

 

Recordando os ideais republicanos que moldaram parte do mundo (não de Portugal – recordemos sempre que a 1ª República partiu de um regicídio cobarde, que a 2ª República se transformou numa ditadura fascista e que a actual República mais não é do que um burgo de políticos representantes de partidos e interesses pessoais e não de políticos representantes de uma Nação), venho por este meio renunciar a todos intervenientes nos Governos Constitucionais desde o dia 23 de Setembro de 1976 – dia em que os ideais de Abril caíram definitivamente por terra.

Manter-me-ei cidadão do país Portugal, onde tenho as minhas ligações sentimentais e tão valorosas para a minha percepção de humanismo (traduzidas na minha família e amigos), mas não reconheço nos seus governantes homens de carácter, que possam ser identificados como Homens de Estado.

Cumprirei com os meus deveres perante a Constituição da República Portuguesa de 1976, e reconhecerei os cargos de Estado que ela enuncia, mas não reconhecerei as pessoas que os ocuparam, ocupam e, infelizmente e previsivelmente, ocuparão, pois essa tal percepção triangular de humanismo -sentimentalismo nacional – republicanismo me induzem num “fado” consciente de perda da grandiosidade que era ser “Lusitano”, da mesma linha de Viriato, D. Afonso Henriques, D. João I, D. Nuno Álvares Pereira, Infante D. Henrique, Luís Vaz de Camões, Fernando Pessoa, Vasco Gonçalves (porque nele viveu aquilo que deveria ser o politico português) enfim, muitos de uma grandiosa "Ínclita Geração” (como Luís Vaz de Camões agruparia estes nomes numa só família).

Apelo, porque acredito que ser consciente, republicano e português é ser mais do que simplesmente procrastinador de interesses nacionais em prol de interesses pessoais ou grupais:

Homens de Estado precisam-se. Homens de Estado procuram-se.