06 julho 2012

Época? Que época(zinha)!?!

 

Parece que muitos ditos Sportinguistas, gostam de viver com os olhos bem fechados, se tal acontece, não tenho culpa e faço o próximo paralelismo aqui  a título individual, porque não sou homem de fóruns nem comentarista de facebooks… "Quando os nazis levaram os comunistas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era comunista. Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era social-democrata. Quando eles levaram os sindicalistas, eu não protestei, porque, afinal, eu não era sindicalista. Quando levaram os judeus, eu não protestei, porque, afinal, eu não era judeu. Quando eles me levaram, não havia mais quem protestasse"

Acordem!!!

Texto publicado no Sporting Apoio:

Tal como no fim da primeira volta, também agora com o fim do campeonato e com a ida para férias e algumas despedidas à mistura, mas ainda sem oficializações de contratações, parece-me ser esta a altura do balanço. Desta feita, balanço final.

De Janeiro para cá, três pontos importantes – Domingos sai e entra Sá; PPC mancha o nome do Sporting; todos os objetivos principais não são atingidos.

Se a saída de Domingos (muito mal gerida pela SAD) e a entrada de Sá não mudaram muito a filosofia da inconsistência no Sporting, pois, a verdade é que perdemos pontos importantíssimos no campeonato também com Sá Pinto, não ganhámos a um Bilbau que em nenhum dos jogos da eliminatória se equiparou ao Bilbau que jogou contra o ManUnited e perdemos a taça contra uma Académica moralizada, mas muito inferior ao Sporting. Sim, a vitória frente ao City é estoica, mas só o é porque simplesmente o Sá Pinto não inventou e jogou como joga o Swansea contra o City (quando arriscou na invenção Renato Neto, a barraca abanou, atenção).

Por tudo isso, posso afirmar que não vi melhorias de realce a nível técnico-tático entre a mudança de Domingos por Sá Pinto (talvez uma equipa mais defensiva e consciente dos seus erros – mas isso também a torna incapaz de tomar conta do jogo contra equipas menores). Muitos argumentarão que foi uma mudança de mentalidade, mas para mim foi apenas um “refresh” que durou pouco e é típico das chicotadas psicológicas e do chamado “Estado de Graça”. Existe algo mais grave! O problema está na manifesta incapacidade do Sporting contratar jogadores com personalidade de “campeão”! Sempre que começam as dificuldades ninguém consegue estancar o dilúvio de maus resultados e afirmar-se como líder da equipa, e isso é o ponto que Sá Pinto tem feito bem, mas precisa que os próprios jogadores também o façam, sob pena de esgotar rapidamente a palavras motivacionais e lhe aconteça o mesmo que ao Domingos. Fito é o meu escolhido (seria o Daniel, mas este encontra-se muito fragilizado por não ser titular indiscutível – mas aqui convém analisar o rendimento e os resultados com ele no onze) e espero que regresse em grande para assumir a liderança da equipa no que toca a mentalidade – pois a nível de qualidade acho que a equipa chega e sobra para os objetivos internos de vencer todas as equipas pequenas e, motivada, rende aqueles pontos suficientes para jogar de igual para igual com os outros grandes – mas, um Fito não chega!

E, tal como no fim da 1ª volta, volto a falar sobre personalidade e sobre políticas de contratações: Entre gastar milhões em muitos, prefiro gastar milhões em poucos. O problema é que agora não temos milhões e o Carlos Freitas, que claramente sabe contratar jogadores de calibre médio a preços interessantes, mas raramente com potencial de retorno (basta analisar as várias contratações que já fez nas várias comissões de serviço e o lucro de vendas que se obteve destas – e o saldo deve ser negativíssimo), vai mais uma vez procurar alguém que esteja com incompatibilidades, problemas disciplinares, estagnação evolutiva, etc, no clube anterior, para ficar mais barato. E se os negócios partem logo com essas premissas, então vai ser difícil reforçarmo-nos com campeões (espero sinceramente que me cale, porque eu quero acreditar que vamos sair melhores do próximo campeonato que deste)!

Continuando a nível desportivo, vejo que a aposta na prata da casa terá que servir para preencher lacunas secundárias no plantel, e só espero que não se gaste dinheiro para contratar jogadores “papa-ordenados” para fazerem as mesmas posições que os nossos jovens – as posições de ficar no banco á espera de entrar.

O caso PPCristovão, por sua vez, colocou o Sporting nas manchetes pela primeira vez por motivos que nós sempre lutámos contra. Fazendo lembrar o atual caso das Secretas, aqui podemos dizer que a Direção está refém do Vice-presidente e de tudo que ele sabe e pode usar. Para mim, é um problema que nunca se colocaria, pois só alguém um pouco virado para a capacidade intelectual de um mentecapto é que colocaria na lista um ex-candidato à Presidência, com contactos obscuros, com uma empresa de segurança e investigação privada e sedento de protagonismo e de tentar uma transição monárquica tipo aqueles presidentes de Câmara que no último ano do mandato deixam o mandato para este ser ocupado pelos Vices (o próprio Sporting já viveu à poucos anos essa realidade antidemocrática).

Infelizmente, o vencedor das eleições do ano passado, cometeu esse erro e colocou-o nas listas em mais uma estratégia (mas isso todos os candidatos o fizeram) de ter o máximo de angariadores de votos possíveis independentemente do percurso desses mesmos angariadores – quantidade vs qualidade não foi ponderada nas escolhas.

Como tal, a síndrome de Estocolmo vive forte na atual Direção e não sei até quando este período pode durar, mas que não beneficia em nada o Sporting isso é transparente como a água, e só leva ao constante adiamento da resolução PROFISSIONAL dos problemas que o nosso clube tem e que nem três vitórias consecutivas da Champions resolviam.

Ora, finalmente o último ponto – os objetivos. É a união do ponto 1 com o ponto 2 através da Super-cola (In)Gestão Diária do Sporting. Falhámos em tudo. Não há títulos, há mais passivo, não há gestão, não há investidores, os negócios continuam ruinosos, os milhões para reforçar a equipa estão perdidos na carteira de um Sheik, o actual plantel tem défices de valor em algumas posições e onde tem qualidade os jogadores ou saem para se pagar os ordenados aos que ficam, ou já só nos pertencem em 20 ou 30%... Enfim, o futuro parece cada vez mais longe da Glória passada e a única coisa que se voltou a ouvir não é o rugido de leão mas aquilo que eu e muitos Sportinguistas vamos dizendo em conversas de café: É preciso tranquilidade, porque para o ano é que é! – quando sabemos que no fundo nem um título, por muito complicado e saboroso que seja (sempre aquela esperança xD), vai resolver o que quer que seja, numa casa onde muitos gostavam de servir, mas os poucos que lá estão apenas se servem dela. ..