29 dezembro 2013

Enorme

Procurei pela minha história no reflexo de um espelho quebrado.
Imagem partida e imperfeita, praticamente destruída.
Pedaços grandes, médios, pequenos, minúsculos.

Impossível saber se estava um sorriso posto.
Inimaginável perceber se o olhar era firme.
Indecifrável entender se a postura tinha confiança.

Quem era a pessoa que estava ali?
Quem era a figura que se apresentava?
Que se passou com o espelho?

Partiu-se porque a vida nunca está inteira para um devaneador.
Porque cada sonho e cada momento são um pedaço único.
Pedaço grande, médio, pequeno, minúsculo.

Uma vida completa não se faz de uma só imagem.
E todas podem ser vistas de maneiras diferentes.
Mas a que mais perdura é a que não precisa de se ver.

Assim, a única certeza era conhecer-me e entender os muitos pedaços.
Saber olhar para o espelho sem medo do que poderia lá não estar.
Resgatar-me no momento em que me iria virar e correr…


Estava atrasado para mais um pedaço minúsculo, mais uma história…

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